Promovendo a inclusão nos escritórios de advocacia: do discurso do antirracismo à atitude

Há poucos dias vi uma publicação no perfil do Instagram do futurista Tiago Mattos que me chamou a atenção, dentre as milhares de publicações em repúdio ao racismo e apoio ao movimento antirracista.

Na imagem de fundo preto, a seguinte frase “Processo intencional de contratação de pessoas negras/pretas”. Na legenda, a explicação:

“PENSAMOS SOBRE TUDO ISSO. Nós, da Aerolito[1], estamos consultando pessoas importantes de movimentos de causas negras/pretas. Estamos escutando, aprendendo e refletindo sobre tudo o que elas têm falado e provocado. E chegamos à conclusão que precisávamos fazer algo mais prático. Vamos usar os próximos dias para desenhar bem esse processo de abertura de vaga, de maneira que não seja um discurso vazio”.

Identifiquei-me, sobremaneira, com essa publicação, talvez mais do eu tenha me identificado com todas as demais. Eu também, é claro, tenho pensado muito sobre tudo isso que está acontecendo. E acredito que você também tenha feito suas reflexões. Além disso, enquanto advogados, a promoção da igualdade e a garantia de direitos independentemente da cor da pele do indivíduo, é algo que nos compete.

Pensar sobre tudo isso, no entanto, não é suficiente. E talvez esse seja um momento propício para passarmos do discurso do antirracismo à prática, não somente na defesa dos direitos das pessoas negras, mas também na promoção da diversidade e da inclusão de profissionais negros dentro de nossos escritórios de advocacia.

Uma das minhas maiores referências no assunto é a americana especialista em diversidade Michelle Silverthorn, CEO da Inclusion Nation, Diretora da Diversidade e Educação da Illinois Supreme Court Comission on Professionalism, palestrante excepcional e mulher negra.

No ano passado, tive a fantástica oportunidade e assistir ao vivo uma palestra de Michelle sobre promoção de diversidade e inclusão nos escritórios de advocacia, proferida em uma conferência da ALA – Associação de Administradores Legais (Association of Legal Administrators) que reuniu centenas de profissionais de escritórios de advocacia de todas as partes dos Estados Unidos e também do Canadá, México e Brasil.

A promoção da diversidade e inclusão foi, no ano de 2019, um dos temas mais quentes discutidos pela ALA, tanto na conferência quanto em diversos outros debates ao longo do ano, e Michelle explanou com maestria a diferença entre diversidade e inclusão e o impacto de tudo isso nos escritórios de advocacia.

A promoção da diversidade em nossos escritórios, ou seja, a admissão de colaboradores diversos, tanto no que diz respeito à cor de pele, gênero, sexualidade, etc. é um passo importante. Todavia, admitir pessoas diversas não garante a todas elas efetiva participação. Segundo Michelle, se você já tem diversidade, é preciso, agora, promover inclusão!

Inclusão é dar voz a todas as pessoas, deixar que todos participem da geração de ideias e da tomada de decisões.

Entender essa distinção nos faz refletir a respeito da nossa advocacia. Não seria surpresa para nós, verificar que a maioria dos escritórios de advocacia sequer coloca a diversidade como um ponto a ser discutido e desenvolvido.

Como fazer então, para sair do discurso para a prática?

A ALA, em sua revista periódica (edição 2019), em uma matéria exclusivamente dedicada à promoção da diversidade e da inclusão nos escritórios de advocacia, nos ensina que é importante chamar todo o pessoal e fazer uma reunião para levantamento das necessidades de toda a equipe. A partir do resultado dessa reunião, traçar metas para promoção da diversidade e inclusão, atribuindo responsáveis pelo cumprimento dessas metas e implementação de soluções. Em resumo: colocar a questão da diversidade e da inclusão na pauta, como um dos mais relevantes aspectos para a gestão do seu escritório!

Atitudes como essa, têm o condão de promover maior engajamento dos colaboradores e enriquecer infinitamente o debate estratégico, potencializando a inovação, além, é claro, de contribuir efetivação da igualdade que tanto necessitamos.

Por outro lado, abrir caminhos para a diversidade provoca em nós uma profunda transformação interior e nos faz melhores seres humanos. Também nos faz melhores profissionais, já que enquanto advogados, passaremos a olhar para as necessidades e direitos de segmentos da sociedade que não estão sendo bem atendidos ou defendidos em seus direitos.

A diversidade, a inclusão, a igualdade e os direitos, independentemente da cor da pele, estão em pauta em todo o mundo, e nunca deveriam ter saído até que fossem sanadas. Que sejamos os responsáveis por manter essas questões em pauta, em debates, mas também em atitudes.

[1] Empresa brasileira de Futurismo

Espero que tenha gostado do artigo.  Aproveite para curtir, comentar e acesse nosso blog para outras leituras muito interessantes.

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Até a próxima! 😊

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