Entenda o que é a Herança Digital e seus princípios

Você já ouviu falar em herança digital?  
Do que se trata exatamente?
Herança digital refere-se ao conjunto de dados, informações e ativos digitais que uma pessoa deixa após sua morte. Isso pode incluir uma variedade de itens, como contas de mídia social, e-mails, arquivos em nuvem, fotos, vídeos, registros financeiros e qualquer outro tipo de conteúdo digital.

Com o crescente uso da tecnologia e da internet em nossas vidas, a herança digital tornou-se uma questão cada vez mais importante. As pessoas agora precisam considerar como desejam que seus dados digitais sejam tratados após sua morte e como desejam que seus bens digitais sejam distribuídos.

Para gerenciar adequadamente a herança digital, é importante que as pessoas criem um plano de gerenciamento de herança digital, que pode incluir a nomeação de um executor digital, a documentação de senhas e informações de contas relevantes, e instruções claras sobre como desejam que seus ativos digitais sejam tratados após sua morte. 

Qual a diferença entre patrimônio e herança digital?

Patrimônio digital e herança digital são conceitos relacionados, mas possuem diferenças importantes:

  1. Patrimônio Digital:
  1. Refere-se aos ativos digitais que uma pessoa possui durante sua vida.
  2. Pode incluir contas bancárias online, investimentos digitais, propriedade intelectual digital (como domínios de websites, músicas, vídeos, etc.), arquivos em nuvem, criptomoedas, entre outros.
  3. O patrimônio digital é gerenciado e acessado pelo indivíduo enquanto ele está vivo.
  1. Herança Digital:
  1. Refere-se aos ativos digitais que uma pessoa deixa para trás após sua morte.
  2. Pode incluir contas de mídia social, e-mails, fotos, vídeos, documentos armazenados em nuvem, entre outros.
  3. A herança digital é gerenciada por executores ou beneficiários designados após a morte do indivíduo.

Em resumo, o patrimônio digital se refere aos ativos digitais que uma pessoa possui enquanto está viva, enquanto a herança digital são os ativos digitais que são transmitidos aos herdeiros ou gerenciados de acordo com as vontades da pessoa após sua morte.

Existe regulamentação no Brasil para a herança digital?

o Brasil ainda não tinha uma legislação específica que regulasse a herança digital de forma abrangente. No entanto, algumas leis e jurisprudências podem ser aplicadas para lidar com questões relacionadas à herança digital.

Abaixo estão alguns pontos relevantes:

  1. Código Civil Brasileiro:
  1. O Código Civil brasileiro, em seu artigo 1.784, aborda aspectos gerais da sucessão, incluindo a transmissão de direitos e deveres do falecido aos herdeiros.
  2. Embora não trate especificamente da herança digital, algumas disposições do Código Civil podem ser aplicadas de maneira análoga para lidar com questões relacionadas aos ativos digitais.
  1. Jurisprudência:
  1. Decisões judiciais têm sido importantes para lidar com questões específicas relacionadas à herança digital.
  2. Tribunais brasileiros têm julgado casos que envolvem acesso a contas de e-mail, redes sociais e outros ativos digitais após a morte de um indivíduo.
  1. Contratos e Termos de Serviço de Plataformas Digitais:
  1. Muitos provedores de serviços digitais têm políticas próprias para lidar com contas de usuários após a morte, geralmente estipuladas em seus termos de serviço.
  2. No entanto, essas políticas variam de empresa para empresa e podem ser complicadas de aplicar.
  1. Projeto de Lei:
  1. Em 2015, um projeto de lei (PL 209/2015) foi apresentado no Senado brasileiro para regulamentar a herança digital.
  2. No entanto, este projeto de lei ainda não foi aprovado e não se tornou lei.

Como a legislação pode variar e evoluir, é importante ficar atento a possíveis mudanças na regulamentação e buscar aconselhamento jurídico para lidar com questões específicas relacionadas à herança digital no Brasil.

Posicionamento judicial sobre herança digital no Brasil

O posicionamento judicial sobre questões relacionadas à herança digital no Brasil ainda estava em desenvolvimento. No entanto, alguns casos e jurisprudências oferecem insights sobre como os tribunais brasileiros têm abordado essa questão.

  1. Acesso a Contas Digitais:
  1. Tribunais brasileiros têm lidado com casos envolvendo o acesso a contas de e-mail, redes sociais e outros ativos digitais de pessoas falecidas.
  2. Em alguns casos, os tribunais têm decidido a favor dos herdeiros, permitindo-lhes acessar e gerenciar as contas digitais do falecido para questões relacionadas à herança.
  1. Políticas de Privacidade e Termos de Serviço:
  1. Os tribunais também consideram as políticas de privacidade e os termos de serviço das plataformas digitais ao decidir sobre o acesso aos ativos digitais de uma pessoa falecida.
  2. Em alguns casos, os tribunais têm ordenado que provedores de serviços digitais concedam acesso às contas com base em circunstâncias específicas, mesmo que isso vá contra suas políticas de privacidade.
  1. Direito à Privacidade e Proteção de Dados:
  1. Em contrapartida, os tribunais também consideram o direito à privacidade e a proteção de dados pessoais ao decidir sobre questões relacionadas à herança digital.
  2. Em alguns casos, os tribunais podem equilibrar o direito dos herdeiros de acessar informações digitais com a privacidade do falecido, buscando encontrar um equilíbrio justo entre esses interesses.

Embora não haja uma legislação específica sobre herança digital no Brasil, esses casos fornecem orientações sobre como os tribunais têm abordado questões relacionadas à herança digital. É importante acompanhar futuras decisões judiciais e buscar orientação jurídica especializada para lidar com casos específicos relacionados à herança digital.

Conclusão:

A questão da herança digital no Brasil ainda está em um estágio de desenvolvimento, entretanto, os tribunais têm lidado com casos relacionados ao tema.

Apesar da falta de uma regulamentação específica, os casos judiciais oferecem alguma orientação sobre como questões relacionadas à herança digital estão sendo abordadas no sistema judicial brasileiro. Entretanto, essa área continua a ser complexa e desafiadora devido à rápida evolução da tecnologia e à necessidade de equilibrar interesses conflitantes, como acesso à informação e privacidade.

É essencial que as pessoas considerem a herança digital ao planejar sua sucessão e buscar orientação jurídica especializada para garantir que seus desejos e interesses sejam adequadamente protegidos e gerenciados após sua morte. Além disso, é importante acompanhar qualquer desenvolvimento legislativo futuro relacionado à herança digital no Brasil.

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Um grande abraço e até a próxima!

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Redatora Especializada em Gestão Jurídica

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