IA e LGPD: como garantir segurança de dados sensíveis

Por: Fernanda da Ultimatum
- 05/09/2025
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A revolução tecnológica trouxe para a advocacia ferramentas cada vez mais sofisticadas. Entre elas, a Inteligência Artificial (IA) ocupa lugar de destaque, pois possibilita ganhos reais em agilidade, precisão e produtividade. Entretanto, junto a essas vantagens surge também um grande desafio: a proteção de dados pessoais e sensíveis, especialmente diante da vigência da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Portanto, qualquer escritório que deseje adotar IA precisa compreender de que forma a legislação se aplica, quais cuidados devem ser observados e como implementar medidas de segurança que assegurem conformidade e confiança.
O que a LGPD estabelece sobre dados sensíveis
A LGPD (Lei nº 13.709/2018) entrou em vigor em setembro de 2020 e passou a exigir das organizações maior responsabilidade na forma como coletam, tratam e armazenam dados pessoais. Para o setor jurídico, esse ponto é ainda mais relevante, já que escritórios lidam diariamente com informações sigilosas de clientes, como:
- Dados de identificação pessoal (nome, CPF, endereço, telefone).
- Informações financeiras (salários, dívidas, patrimônio).
- Dados sensíveis, como origem racial, convicção religiosa, orientação sexual ou estado de saúde.
De acordo com a LGPD, dados sensíveis merecem tratamento especial, pois podem gerar discriminação ou risco significativo aos titulares. Por essa razão, sua coleta e uso precisam estar sempre fundamentados em hipóteses legais específicas e com o consentimento informado do cliente, salvo exceções previstas na própria lei.
Assim, qualquer solução de IA aplicada ao Direito deve necessariamente respeitar essas regras.
A importância de alinhar IA e LGPD
Muitos advogados ainda acreditam que a responsabilidade de proteção de dados recai apenas sobre empresas de tecnologia. No entanto, isso não corresponde à realidade. O escritório que contrata ou utiliza sistemas de IA também é considerado controlador ou operador de dados pela LGPD.
Isso significa que, caso ocorra vazamento, uso indevido ou falha na segurança, o escritório pode ser responsabilizado. Portanto, não basta adotar IA; é indispensável garantir que a ferramenta opere em conformidade com a legislação e que haja uma governança clara sobre o tratamento das informações.
Riscos de não observar a LGPD no uso da IA
Ao não observar a LGPD, o escritório corre sérios riscos, que vão muito além das penalidades financeiras previstas. Entre eles, destacam-se:
- Multas administrativas: a lei prevê multas de até 2% do faturamento da empresa, limitadas a R$ 50 milhões por infração.
- Responsabilidade civil: clientes lesados podem ingressar com ações de indenização.
- Perda de credibilidade: a imagem do escritório pode ser seriamente prejudicada caso ocorra um vazamento de informações.
- Insegurança jurídica: o descumprimento da lei pode gerar nulidade de provas e documentos.
Portanto, a conformidade com a LGPD deve ser entendida não apenas como obrigação legal, mas como estratégia de proteção e fortalecimento da confiança entre cliente e advogado.
Como a IA pode contribuir para a segurança dos dados
Se utilizada de forma correta, a IA não é um risco, mas sim uma aliada na proteção de dados sensíveis. Ferramentas jurídicas de ponta, como o Nexus.IA, já operam com protocolos avançados de segurança que atendem às exigências da LGPD.
Entre as funcionalidades que reforçam a conformidade, podemos citar:
- Criptografia avançada: garante que dados processados pela IA não possam ser acessados por terceiros não autorizados.
- Anonimização: técnica que remove elementos de identificação dos dados, dificultando a associação direta com uma pessoa.
- Controle de acesso: apenas usuários autorizados conseguem visualizar ou manipular informações sensíveis.
- Logs de auditoria: registros automáticos de todas as operações realizadas, permitindo rastreabilidade e transparência.
Dessa forma, o uso da IA pode aumentar a segurança, desde que o escritório selecione soluções confiáveis e implemente políticas de compliance digital.
Boas práticas para escritórios que usam IA
Para garantir conformidade com a LGPD e aproveitar ao máximo os benefícios da IA, alguns passos são indispensáveis.
1. Revisão de contratos e termos de uso
Antes de adotar qualquer sistema de IA, o escritório deve revisar contratos e políticas de privacidade da solução. É fundamental assegurar que o fornecedor cumpra a LGPD e ofereça garantias formais de segurança.
2. Consentimento claro e informado
Os clientes precisam ser informados de forma transparente sobre como seus dados serão tratados. Além disso, é importante registrar esse consentimento e garantir que ele possa ser revogado a qualquer momento.
3. Treinamento da equipe
De nada adianta adotar IA se a equipe não compreender seus limites. Portanto, investir em treinamento é essencial para que todos saibam como utilizar a ferramenta respeitando a LGPD.
4. Monitoramento constante
A segurança não é estática. Sistemas devem ser periodicamente auditados e monitorados para identificar vulnerabilidades. Assim, o escritório mantém sua conformidade sempre atualizada.
5. Política de privacidade interna
Além de contratos externos, o escritório precisa estabelecer normas internas claras para o uso de dados sensíveis. Essa política deve abranger desde o manuseio de documentos físicos até o uso de softwares e aplicativos de IA.
Exemplos práticos da aplicação
Para ilustrar, vejamos dois cenários comuns em que a IA pode auxiliar no cumprimento da LGPD:
- Interpretação de intimações: o Nexus.IA consegue interpretar publicações e intimações, simplificando o conteúdo para comunicação com o cliente, sem expor desnecessariamente dados sensíveis.
- Jurimetria preditiva: ao prever probabilidades de decisões, a IA utiliza grandes volumes de dados anonimizados, respeitando a LGPD e evitando que informações pessoais sejam tratadas de forma indevida.
Esses exemplos mostram que é possível usar tecnologia de ponta sem abrir mão da proteção de dados.
O papel do advogado como guardião da privacidade
Embora a IA assuma parte das funções operacionais, a responsabilidade ética e legal continua sendo do advogado. Ele deve revisar os documentos gerados, garantir que os dados tratados estejam em conformidade e zelar pelo sigilo profissional.
Essa postura fortalece não apenas a proteção jurídica, mas também a relação de confiança com o cliente, que se sente mais seguro ao perceber que o escritório leva a privacidade a sério.
Futuro: LGPD e evolução tecnológica
A LGPD já é realidade, mas o cenário continuará em evolução. Novas regulamentações poderão surgir, principalmente em função do avanço da inteligência artificial. É possível que normas específicas para IA no setor jurídico sejam editadas nos próximos anos, reforçando ainda mais a necessidade de conformidade.
Portanto, os escritórios que começarem a estruturar políticas sólidas de proteção de dados desde já estarão mais preparados para enfrentar mudanças futuras.
Conclusão
A integração entre IA e LGPD não precisa ser vista como um obstáculo, mas sim como oportunidade. Escritórios que adotam tecnologia de forma ética e responsável conseguem unir inovação, eficiência e credibilidade.
O uso da inteligência artificial no Direito só faz sentido se estiver acompanhado de segurança, conformidade e respeito ao cliente. Por isso, investir em ferramentas confiáveis e em boas práticas de proteção de dados é um caminho que garante vantagem competitiva e solidez no mercado jurídico.
Assim, podemos afirmar: a advocacia do futuro será marcada não apenas pela inteligência artificial, mas pela forma como ela é utilizada para proteger direitos fundamentais.
Portanto, ao adotar IA no seu escritório, lembre-se: mais do que produtividade, você estará investindo em confiança, ética e segurança.
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