IA e LGPD: como garantir segurança de dados sensíveis

IA e LGPD: como garantir segurança de dados sensíveis

A revolução tecnológica trouxe para a advocacia ferramentas cada vez mais sofisticadas. Entre elas, a Inteligência Artificial (IA) ocupa lugar de destaque, pois possibilita ganhos reais em agilidade, precisão e produtividade. Entretanto, junto a essas vantagens surge também um grande desafio: a proteção de dados pessoais e sensíveis, especialmente diante da vigência da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Portanto, qualquer escritório que deseje adotar IA precisa compreender de que forma a legislação se aplica, quais cuidados devem ser observados e como implementar medidas de segurança que assegurem conformidade e confiança.

O que a LGPD estabelece sobre dados sensíveis

A LGPD (Lei nº 13.709/2018) entrou em vigor em setembro de 2020 e passou a exigir das organizações maior responsabilidade na forma como coletam, tratam e armazenam dados pessoais. Para o setor jurídico, esse ponto é ainda mais relevante, já que escritórios lidam diariamente com informações sigilosas de clientes, como:

  • Dados de identificação pessoal (nome, CPF, endereço, telefone).
  • Informações financeiras (salários, dívidas, patrimônio).
  • Dados sensíveis, como origem racial, convicção religiosa, orientação sexual ou estado de saúde.

De acordo com a LGPD, dados sensíveis merecem tratamento especial, pois podem gerar discriminação ou risco significativo aos titulares. Por essa razão, sua coleta e uso precisam estar sempre fundamentados em hipóteses legais específicas e com o consentimento informado do cliente, salvo exceções previstas na própria lei.

Assim, qualquer solução de IA aplicada ao Direito deve necessariamente respeitar essas regras.

A importância de alinhar IA e LGPD

Muitos advogados ainda acreditam que a responsabilidade de proteção de dados recai apenas sobre empresas de tecnologia. No entanto, isso não corresponde à realidade. O escritório que contrata ou utiliza sistemas de IA também é considerado controlador ou operador de dados pela LGPD.

Isso significa que, caso ocorra vazamento, uso indevido ou falha na segurança, o escritório pode ser responsabilizado. Portanto, não basta adotar IA; é indispensável garantir que a ferramenta opere em conformidade com a legislação e que haja uma governança clara sobre o tratamento das informações.

Riscos de não observar a LGPD no uso da IA

Ao não observar a LGPD, o escritório corre sérios riscos, que vão muito além das penalidades financeiras previstas. Entre eles, destacam-se:

  1. Multas administrativas: a lei prevê multas de até 2% do faturamento da empresa, limitadas a R$ 50 milhões por infração.
  2. Responsabilidade civil: clientes lesados podem ingressar com ações de indenização.
  3. Perda de credibilidade: a imagem do escritório pode ser seriamente prejudicada caso ocorra um vazamento de informações.
  4. Insegurança jurídica: o descumprimento da lei pode gerar nulidade de provas e documentos.

Portanto, a conformidade com a LGPD deve ser entendida não apenas como obrigação legal, mas como estratégia de proteção e fortalecimento da confiança entre cliente e advogado.

Como a IA pode contribuir para a segurança dos dados

Se utilizada de forma correta, a IA não é um risco, mas sim uma aliada na proteção de dados sensíveis. Ferramentas jurídicas de ponta, como o Nexus.IA, já operam com protocolos avançados de segurança que atendem às exigências da LGPD.

Entre as funcionalidades que reforçam a conformidade, podemos citar:

  • Criptografia avançada: garante que dados processados pela IA não possam ser acessados por terceiros não autorizados.
  • Anonimização: técnica que remove elementos de identificação dos dados, dificultando a associação direta com uma pessoa.
  • Controle de acesso: apenas usuários autorizados conseguem visualizar ou manipular informações sensíveis.
  • Logs de auditoria: registros automáticos de todas as operações realizadas, permitindo rastreabilidade e transparência.

Dessa forma, o uso da IA pode aumentar a segurança, desde que o escritório selecione soluções confiáveis e implemente políticas de compliance digital.

Boas práticas para escritórios que usam IA

Para garantir conformidade com a LGPD e aproveitar ao máximo os benefícios da IA, alguns passos são indispensáveis.

1. Revisão de contratos e termos de uso

Antes de adotar qualquer sistema de IA, o escritório deve revisar contratos e políticas de privacidade da solução. É fundamental assegurar que o fornecedor cumpra a LGPD e ofereça garantias formais de segurança.

2. Consentimento claro e informado

Os clientes precisam ser informados de forma transparente sobre como seus dados serão tratados. Além disso, é importante registrar esse consentimento e garantir que ele possa ser revogado a qualquer momento.

3. Treinamento da equipe

De nada adianta adotar IA se a equipe não compreender seus limites. Portanto, investir em treinamento é essencial para que todos saibam como utilizar a ferramenta respeitando a LGPD.

4. Monitoramento constante

A segurança não é estática. Sistemas devem ser periodicamente auditados e monitorados para identificar vulnerabilidades. Assim, o escritório mantém sua conformidade sempre atualizada.

5. Política de privacidade interna

Além de contratos externos, o escritório precisa estabelecer normas internas claras para o uso de dados sensíveis. Essa política deve abranger desde o manuseio de documentos físicos até o uso de softwares e aplicativos de IA.

Exemplos práticos da aplicação

Para ilustrar, vejamos dois cenários comuns em que a IA pode auxiliar no cumprimento da LGPD:

  • Interpretação de intimações: o Nexus.IA consegue interpretar publicações e intimações, simplificando o conteúdo para comunicação com o cliente, sem expor desnecessariamente dados sensíveis.
  • Jurimetria preditiva: ao prever probabilidades de decisões, a IA utiliza grandes volumes de dados anonimizados, respeitando a LGPD e evitando que informações pessoais sejam tratadas de forma indevida.

Esses exemplos mostram que é possível usar tecnologia de ponta sem abrir mão da proteção de dados.

O papel do advogado como guardião da privacidade

Embora a IA assuma parte das funções operacionais, a responsabilidade ética e legal continua sendo do advogado. Ele deve revisar os documentos gerados, garantir que os dados tratados estejam em conformidade e zelar pelo sigilo profissional.

Essa postura fortalece não apenas a proteção jurídica, mas também a relação de confiança com o cliente, que se sente mais seguro ao perceber que o escritório leva a privacidade a sério.

Futuro: LGPD e evolução tecnológica

A LGPD já é realidade, mas o cenário continuará em evolução. Novas regulamentações poderão surgir, principalmente em função do avanço da inteligência artificial. É possível que normas específicas para IA no setor jurídico sejam editadas nos próximos anos, reforçando ainda mais a necessidade de conformidade.

Portanto, os escritórios que começarem a estruturar políticas sólidas de proteção de dados desde já estarão mais preparados para enfrentar mudanças futuras.

Conclusão

A integração entre IA e LGPD não precisa ser vista como um obstáculo, mas sim como oportunidade. Escritórios que adotam tecnologia de forma ética e responsável conseguem unir inovação, eficiência e credibilidade.

O uso da inteligência artificial no Direito só faz sentido se estiver acompanhado de segurança, conformidade e respeito ao cliente. Por isso, investir em ferramentas confiáveis e em boas práticas de proteção de dados é um caminho que garante vantagem competitiva e solidez no mercado jurídico.

Assim, podemos afirmar: a advocacia do futuro será marcada não apenas pela inteligência artificial, mas pela forma como ela é utilizada para proteger direitos fundamentais.

Portanto, ao adotar IA no seu escritório, lembre-se: mais do que produtividade, você estará investindo em confiança, ética e segurança.

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